Hospedaria de Imigrantes da Ilha das Flores – RJ
Nas últimas décadas do século XIX, o fluxo migratório internacional intensificou-se, atingindo o seu auge nas primeiras décadas do século XX. Estima-se que durante o período de 1880 a 1915, cerca de 31 milhões de europeus se deslocaram pelo continente a fim de alcançar um dos portos que permitissem o embarque num vapor rumo as Américas. Muitos foram os motivos que geraram os deslocamentos populacionais, como o desenvolvimento do capitalismo, o acentuado aumento da população rural e a forte depressão agrícola.
Do outro lado do Atlântico, o governo brasileiro procurou atrair uma parcela significativa da população migrante. Em primeiro lugar, para promover a colonização dos territórios que ainda não haviam sido povoados, em segundo lugar, para viabilizar o trabalho nas grandes fazendas de café, pois, com a expansão da economia cafeeira houve uma maior necessidade de mão-de-obra.
O século XIX foi marcado por duas formas de ingresso da mão de obra imigrante no Brasil. Um significativo grupo participou da imigração “dirigida”, ou seja, foram arregimentados na Europa com destino às propriedades agro-exportadoras. Muitos tinham suas passagens pagas e contratos pré-fixados com estes proprietários. Outra forma era a imigração espontânea estimulada pela administração imperial, pois a esses se destinavam terras públicas que serviriam para colonização.
Em 26 de fevereiro de 1878, à bordo do navio Bourgogne, chega ao porto do Rio de Janeiro Cosso Cione, com 23 anos vindo de Nápoles.
Dez anos depois, em 10 de abril de 1888, desembarca no porto Lorenzo Cione, com 43 anos de idade, vindo de Nápoles com o navio Savoie/La France trazendo com ele Filippo Cione, com 6 anos de idade e Antonio Cione, com 2 anos de idade